"Viu-se
também outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete
cabeças,
dez
chifres
e, nas cabeças, sete
diademas.
A sua cauda arrasta a terça
parte das estrelas do céu,
as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que
estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse."
Apocalipse 12:3 e 4.
Dentre
várias de suas finalidades, o livro de Apocalipse possui a missão de
desmascarar o inimigo da humanidade, aquele mesmo que, usando
a serpente,
induziu Eva a pecar. Aqui ele aparece sob a figura de um dragão, mas de maneira
alguma se deveria pensar no tentador como sendo uma espécie de animal alado. A
imagem de um dragão é meramente um símbolo e sua identidade é revelada em Apocalipse 12:7 a 9: "Houve peleja no céu.
Miguel
e os seus anjos pelejaram contra o dragão.
Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais
se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente,
que se chama diabo e Satanás,
o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e, com ele, os seu
anjos.". "Mas, do que João está
falando," perguntarão alguns. "Guerra no céu? E quem é esse Miguel?
O que de fato aconteceu?"
3.1
- A ORIGEM DE SATANÁS.
Antes
mesmo da fundação do mundo, Deus havia criado os anjos e existem evidências bíblicas
de que um anjo muito especial, mais comumente conhecido como Lúcifer,
se rebelou contra seu Criador. Esse anjo, dotado de beleza, sabedoria e poder
incomparáveis (no plano das criaturas), encheu-se
de tanto orgulho que desejou ocupar a mesma posição que Deus.
Vejamos algumas citações em que o dito anjo é mencionado: na primeira, ele
aparece sob a figura do rei de Tiro; na segunda, é representado pelo rei de
Babilônia; em ambos os casos, a identificação é evidente pela menção de certos detalhes não aplicáveis a
esses reis. "Tu és o sinete da perfeição,
cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus…Tu
eras querubim da guarda ungido, e te
estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até
que se achou iniqüidade em ti…Elevou-se
o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por
causa do teu resplendor." Ezequiel 28:12-19. "Como caíste do céu, ó
estrela da manhã, filho
da alva! Como foste debilitado por
terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias
no teu coração: Eu subirei ao céu;
acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me
assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das mais altas nuvens, e serei
semelhante ao Altíssimo." Isaías
14:12-14. Ele quis ser semelhante ao Altíssimo!
Eis o seu pecado! E com suas mentiras (João
8:44), conseguiu arrastar após si a terça
parte dos anjos de Deus. Ver Apocalipse 12:4; 1:20.
Houve então uma terrível batalha no céu. Miguel, que não é ninguém senão
nosso Senhor Jesus Cristo, liderou os anjos fiéis; Lúcifer, é óbvio,
comandou os infiéis.
3.2
- MIGUEL - JESUS.
Que
Jesus é Miguel nota-se de certas evidências:
1º)
O único
arcanjo mencionado na Bíblia é Miguel (Judas 9).
Paulo afirma que os fiéis hão de ressuscitar
pela voz do arcanjo (I Tessalonicenses 4:16). Jesus declarou que os mortos ressurgirão ao ouvir
a Sua voz (João 5:25). Portanto, a voz do arcanjo é a voz de Jesus.
2º)
Jesus aparece
sucessivamente nas visões e sonhos de Daniel. Em Daniel
7, Ele aparece como o "Filho
do homem" (capítulo 7 verso 13);
em Daniel 8,
Ele aparece como "Príncipe do exército" e "Príncipe
dos Príncipes" (capítulo 8 versos 11
e 25); em Daniel
9, ocorre outra menção a Jesus, agora como
o "Ungido, o Príncipe" (capítulo
9 verso 25); e, por fim, em Daniel
11, Ele é apresentado como o "Príncipe
da aliança" (capítulo 11 verso 22). Miguel também
é mencionado nesse livro. Ele aparece como "um
dos primeiros príncipes" (Capítulo 10 verso 13),
como "vosso príncipe" (capítulo
10 verso 21) e como "o
grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo" .
Os títulos semelhantes dados a Jesus e a Miguel sugerem que eles são uma só
pessoa.
3º)
O termo "arcanjo"
significa chefe dos anjos e ,na Bíblia, Jesus aparece como o líder dos exércitos
celestiais. Visto como o único arcanjo mencionado na Bíblia é Miguel,
segue-se que ele é Jesus. Ver Josué
5:13-15 e João 1:18.
3.3
- A BATALHA NO CÉU.
Da
terrível batalha travada no céu, Lúcifer
saiu derrotado:
foi expulso e, com ele, a terça parte dos seres celestiais. A partir daí, esse
glorioso ser, cujo nome significava "portador
de luz",
passaria a ser chamado de diabo (caluniador) e Satanás (adversário);
seus anjos, antes ministros do Deus Altíssimo, agora seriam conhecidos como espíritos
maus ou demônios. Tendo sido expulsos das moradas eternas, procuraram um lugar
no qual se fixar e, enganando Eva, Satanás encontrou abrigo em nosso planeta. Deus havia entregue o domínio deste mundo nas mãos
do homem (Gênesis 1:26-28),
mas este, ao pecar, colocou-se sob a tutela de Satanás.
A partir daquele momento, Satanás assegurou para si o comando da terra,
usurpando o lugar que o Criador destinara a Adão. Por isso é que Satanás,
mesmo depois de ser expulso, ainda tinha acesso ao céu. Ver Jó
1 e 2. Da
queda do homem em diante ele passou a ser considerado "o
príncipe deste mundo". Ver Mateus 4:8-10; Lucas
4:5-8; João
14:30.
3.4
- A VITÓRIA DE JESUS NA CRUZ.
Tendo
essas observações em mente, será fácil para o leitor visualizar que Apocalipse 12:7-12
possui
um segundo enfoque, ou seja, além de estar se referindo à expulsão original
de Satanás, está tratando também de uma derrota muito mais importante: aquela
efetuada na cruz. Isso se percebe pelas afirmações dos versos 10
a 12: "Então
ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora
veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo,
pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de
noite, diante do nosso Deus. Eles, pois,
o venceram por causa do sangue do
Cordeiro e por causa da palavra do
testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.
Por isso, festejai, ó céus, e vós os que neles habitais. Ai da terra e do
mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco
tempo lhe resta.". Foi na cruz que
Jesus venceu definitivamente Satanás; derramando Seu precioso sangue sobre
aquele rude madeiro, Jesus saldou a dívida de todo o gênero humano,
comprando-nos para Deus. Desse momento em diante, o acusador perdeu qualquer
acesso ao céu. É a isso a que Cristo Se refere em Seu solene anúncio: "Chegou
o momento de ser julgado este mundo, e agora
o seu príncipe será expulso. E Eu,
quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim." João 12:31 e 32. Ver também
Colossenses
2:15. Ao comprar este mundo de volta para
Deus, Jesus Se constituiu em nosso representante. Por isso é que Ele exerce
hoje Seu ministério intercessório nas cortes celestiais. Quão gratos devemos
ser a Jesus! Quão preciosa deve ser a cruz para cada um de nós! Foi por ela
que Jesus esmagou a cabeça da serpente e nos abriu os portais da salvação!
4
- O DRAGÃO - SÍMBOLO DOS PODERES DESTE MUNDO.
"Viu-se
também outro sinal no céu, e eis um dragão,
grande, vermelho, com sete
cabeças,
dez
chifres
e, nas cabeças, sete
diademas.
A sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou
para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à
luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse." Apocalipse 12:3 e 4.
4.1
- DRAGÃO REPRESENTANDO REINOS SOB
O DOMÍNIO DE SATANÁS.
O
dragão não representa apenas a Satanás. Em profecias simbólicas, animais
representam reinos e hipoteticamente o dragão é um animal. Ver Daniel 7:17 e 23.
O dragão é um símbolo dos diversos poderios
deste mundo empregados por Satanás em Sua oposição ao povo de Deus. De
uma maneira especial, ele parece representar um poderio que tentou destruir não
somente a Jesus, mas também aos Seus seguidores. Vejamos
então: o dragão se colocou em frente da
mulher para lhe devorar o filho quando nascesse. A Bíblia registra que o rei Herodes tentou destruir a Jesus
por
ocasião de Seu nascimento; mas Herodes governava
por conta de Roma e o dragão
deve representar um reino e não meramente
um monarca. Portanto, o dragão deve ser
entendido como um símbolo de Roma Pagã. Uma
confirmação disso pode ser obtida pela consideração da simbologia das sete
cabeças. Vejamos o que diz Apocalipse: "Aqui
está o sentido que tem sabedoria: As
sete cabeças são sete montes."
Apocalipse 17:9. Existe uma cidade, muito
famosa, que foi construída precisamente sobre sete montes e é denominada de "Cidade
das Sete Colinas": Roma.
Portanto, o dragão representa um Império que teria como capital a cidade de
Roma. As especificações não admitem dúvidas: trata-se
do Império Romano. Começando por Nero,
Roma desatou intransigentes perseguições contra a Igreja Cristã. Cristãos
eram queimados vivos, decapitados e lançados às feras no circo romano. Essas
perseguições continuaram por dois longos séculos até que Constantino deu
liberdade de culto ao cristãos pelo Edito de Milão, em 313 A.D..
4.2
- OS DEZ CHIFRES REPRESENTAM A DESINTEGRAÇÃO DE ROMÃ PAGÃ.
Os
dez chifres que João contemplou sobre as cabeças
do dragão simbolizam os dez
reinos bárbaros que surgiram com a desintegração
de Roma Pagã (Apocalipse 17:12).
Um ponto importante a ser destacado é que em relação ao dragão, o apóstolo
João diz ter contemplado diademas sobre as cabeças, ao passo que em relação
à besta que emerge do mar, descrita em Apocalipse
13, os diademas estão sobre os chifres.
Essa diferença parece servir a um duplo propósito:
1º)
Apocalipse
12
está focalizando a luta dos grandes poderios mundiais no decorrer de toda a
História até o fim do tempo; isso se percebe quando se tem em mente que as
sete cabeças também representam as grandes potências inimigas do povo de Deus
que têm estado sob o controle de Satanás (Apocalipse 17:9-11). Apocalipse 13
está enfocando a mesma batalha contra Cristo e Sua Igreja, porém com o olhar
voltado para o período que se segue à
dissolução do Império Romano.
2º)
Por outro lado, os diademas sobre as cabeças do dragão parecem ser uma referência
ao poder
centralizado que existia durante Roma Pagã,
enquanto que os diademas sobre as dez pontas parecem retratar a fragmentação
desse poder.
5
- O DRAGÃO PERSEGUE A MULHER.
"Quando,
pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz
o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que
voasse até ao deserto,
ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um
tempo,
tempos
e metade de um tempo,
fora da vista da serpente". "A mulher, porém, fugiu para o deserto,
onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil
duzentos e sessenta dias."
Apocalipse 12:13, 14 e 6.
5.1
- PERSEGUIÇÃO A IGREJA PRIMITIVA E NO FINAL DOS TEMPOS AO RESTANTE DA SUA
DESCENDÊNCIA.
A
profecia indica claramente a que perseguições está fazendo referência. É
dito que o dragão (Satanás) perseguiu
a mulher (Igreja) de
uma forma especial a partir de sua expulsão
definitiva do céu, o que se deu no ano
31 de nossa era, por ocasião da morte de Jesus.
Portanto, na exegese do verso 13 devem ser incluídas as perseguições
movidas pelos judeus e pelos romanos, mas de
uma maneira toda particular a ênfase é ao
período de terrível aflição que se estenderia por mil duzentos e sessenta
dias. Esses dia são proféticos e eqüivalem
a anos literais (Ezequiel 4:6 e 7);
estamos, pois, em frente a um período de mil duzentos e sessenta anos. Um
tempo, dois tempos e a metade de um tempo (Daniel
7:25; 12:7; Apocalipse 12:14) possuem a
mesma duração e descrevem, na verdade, o mesmo tempo de aflição; isso se dá
porque um tempo conta trezentos e sessenta dias. Multiplicando trezentos e
sessenta dias por três tempos e meio, temos mil duzentos e sessenta dias. Visto
como águas representam povos, multidões, nações e línguas (Apocalipse
17:15); deserto deve significar o oposto, a
saber, lugares fracamente povoados e secretos. Esses
mil duzentos e sessenta anos têm sido identificados como o período que se
estendeu de 538 A.D. a 1798 A.D.. Ver o
sexto estudo desta série. Durante esses longos e tenebrosos séculos, aqueles
que não se submetessem às doutrinas estabelecidas pelo poder religioso vigente
eram severamente perseguidos. "Então a
serpente arrojou da sua boca,
atrás da mulher, água como um rio,
a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra,
porém, socorreu a mulher; e a terra
abriu a boca
e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca." Apocalipse 12:15
e 16. A boca é um símbolo relevante em
Daniel e Apocalipse; geralmente está associada à idéia de testificar,
discursar. Esses versos podem ser encarados como se referindo a certas cruzadas,
preparadas mediante a convocação do bispado romano, e movidas contra certos
grupos religiosos dissidentes, como a Cruzada contra os albigenses. A terra
representa algum lugar de povoação insipiente e como em Daniel
7:2 e Apocalipse 13:1, o mar é empregado
como um símbolo do velho mundo, nada mais lógico do que considerá-la um
emblema do continente americano. Milhares de
europeus que estavam sendo duramente afligidos no velho continente,
buscaram refúgio na América; e foi assim que os
Estados Unidos se transformaram num símbolo da liberdade religiosa.
"Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os
restantes da sua descendência, os
que guardam os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus."
Apocalipse 12:17. O verso 17 é a
porção do capítulo 12 cujo cumprimento
está no futuro. A profecia prevê que pouco antes de encerrarmos nossa história
terrestre, o povo de Deus terá de enfrentar uns últimos momentos de intolerância
final. Mas note que, nessa última crise para
a qual o mundo caminha, Satanás não perseguirá a mulher, mas os restantes da
sua descendência, isto é, aqueles que restaram do cristianismo puro, o que
implica dizer que o restante do mundo cristão se perverteu. E
quem são esses restantes? A Bíblia responde: os
que guardam os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus. Observa quão importante é harmonizar a vida aos
santos reclamos do Decálogo? A obediência
aos Dez Mandamentos é uma prova de amor a Jesus: "Se
Me amais, guardareis os Meus mandamentos." João 14:15.
Por que não entregar a vida inteiramente nas mãos do Salvador e deixar que Ele
oriente sua vida? Somente Ele poderá protegê-lo na crise final! A humanidade não
sabe o que o futuro lhe aguarda. Segundo as palavras do profeta: "Nesse
tempo Se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu
povo, e haverá tempo de angústia, qual
nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo;
mas naquele tempo será salvo o teu povo,
todo aquele que for achado inscrito no livro."
Daniel 12:1. Jesus, nosso grande Príncipe e
Defensor, está esperando pela sua decisão. Por que não aceitar hoje mesmo Seu
amor e lhe ser fiel, guardando TODOS os Seus mandamentos? Que
Deus nos abençoe e que possamos estar realmente preparados para enfrentar o
tempo de angústia! Amém!
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Jesus Cristo ama voce e eu também.